Esses são os meus pensamentos de alívio ao final de nossa
participação no IRONMAN BRASIL 2013. Em toda a prova, mas principalmente numa
prova longa como essa, só quero ver todos fora da bike iniciando a fase final
correndo e cruzando a chegada. Pela segunda vez acompanho a equipe na prova mais longa e
mais desafiadora do triathlon brasileiro. Porém, desta vez, com sete
integrantes.
A preparação começou um ano antes na inscrição para a prova.
As vagas para o Ironman Brasil são disputadas num curto período de mais ou
menos quinze minutos, duas semanas após a etapa do ano anterior. Inscrevemos
todos os dispostos para a prova: Bruno Roma, Diego Vieira, Diogo Mello, Gustavo
Couto, Luciano Gomes, Marcio Garbin e Renato Gomes. Luciano tinha acabado de
fechar seu primeiro Ironman em 2012 e estava certo de confirmar sua inscrição
para 2013. Diego foi contemplado, como atleta de nosso projeto social a
participar desta proeza.
Durante todo o ano o comentário principal de nossa equipe
era a participação dos sete candidatos ao Ironman. Períodos de treinos,
períodos impossibilitados de treinar, muita coisa aconteceu a favor e contra a
preparação. Mas isso é normal e cada um foi contornando da melhor forma cada
obstáculo. Obvio, houve aqueles momentos de baixa onde se pensa que não se vai
conseguir, não vai dar tempo, mas, superado por todos. Conforme foi se
aproximando da reta final sacrifícios de fins de semana, dobras de treinamento,
treinos sem muito descanso divididos com o trabalho e outras pressões vão aumentando
a expectativa.
A pressão ainda é maior quando chegamos dias antes da prova.
Respiramos triathlon. O cenário armado, os últimos detalhes da organização e
todo aquele pessoal de meia de compressão cruzando os caminhos de Jurerê
Internacional em Florianópolis. Vai dando aquele frio na barriga! Nosso grupo é
pura ansiedade misturada com uma tranquilidade disfarçada.
O dia foi muito longo. Eram sete em um percurso grande onde
nem sempre se passa pelos mesmos pontos. Então, depois que todos passaram da
natação foi complicado ver acmpanhar. Eu tinha que olhar para direções
diferentes para não perder ninguém e mesmo assim não consegui ver algumas
passagens.
Ao passar do dia cada um de nossos Ironmans foram cruzando
as etapas da prova. Já estava escurecendo às 17 horas e 40 minutos quando
Luciano fez sua chegada. O primeiro da equipe que aproveitou de seu determinado
treinamento e a experiência de seu primeiro Ironman para diminuir sua marca de
11h04min para 10h40min. Não pude participar da chegada do Luciano pois, eu
precisava ver a passagem dos outros na corrida.
Com 12h36min chegaram Gustavo e Diogo, seguidos por Marcio
que cruzou a chegada com 12h41min. Gustavo, que saiu atrás na bike, fez sua
virada numa corrida bem administrada.
Diego chegou com 13h13min e ai a minha ansiedade ficou sobre
Renato e Bruno que estavam, eu tinha certeza, usando todo seu físico e mental
para suportar tantas horas de esforço. Eu não tinha dúvida de que todos
completariam a prova, mas a possibilidade de uma câimbra ou uma outra
dificuldade depois de tanto tempo é algo que não tem como controlar, e isso me
deixou muito apreensivo. Depois de toda a preparação e expectativa, completar o
desafio é o mínimo merecedor e eu não queria levar a frustação de ninguém pra
casa. O desgosto do “Eu poderia ter feito se...”, não isso não é bom. Estava
controlando cada volta com o horário de cada passagem e já tinha na cabeça qual
seria o horário de cada chegada, só faltava, então, confirmar com a passagem de
cada um no pórtico de chegada. Fui buscar o Renato nos últimos 2500 metros para
diminuir minha ansiedade. Quando este fechou a prova com 16h40min calculei que
faltava uns 20 minutos para a chegada do Bruno.
Com 17h13min Bruno cruza o pórtico de chegada. Minha
satisfação era tamanha que por um momento todo o peso daquele dia exaustivo não
existia, mas, fiquei quieto só observando e deixando o próprio Bruno entender
aquele grande momento. Todos queriam ouvir o que tinha a dizer aquele rapaz
audacioso depois de tamanha proeza: 17 horas contínuas de exercício físico
intenso, nadando, pedalando e correndo.
E ai, ficou completo, todo o trabalho de ir com o grupo a
Florianópolis foi um sucesso pra mim. Dever cumprido! O restante é de cada um
deles e seus familiares. Se colocar a prova, se permitir a um desafio deste nível
faz com que nos julguemos como ser humano e só nos engrandece. Com certeza se
leva as lições desse dia para a vida e tem-se a chance de se tornar uma pessoa
melhor e mais humilde.
Estou muito feliz com vocês, do fundo do meu coração, Bruno,
Diego, Diogo, Gustavo, Luciano, Marcio e Renato. Vocês são minha vitória.
PARABÉNS!
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